O cenário se transformou quando a pandemia da Covid-19 se espalhou pelo mundo. Até hoje seus impactos são sentidos na economia e, claro, no mercado de trabalho, que teve forte retração nos últimos dois anos, deixando diversas pessoas desempregadas em busca de uma recolocação.
Segundo dados de uma pesquisa produzida pela empresa de gestão e recursos humanos Mindsight e divulgada pela CNN Brasil, 44% dos brasileiros avaliam que tiveram suas carreiras estagnadas por conta da pandemia. Para 73% das pessoas, a Covid-19 atrapalhou os planos de desenvolvimento profissional.
Sobretudo, as grandes transformações surgem em tempos difíceis. “É uma habilidade humana a transformação e a capacidade de criar caminhos diferentes. Observamos que a pandemia afetou empresas e profissionais das mais diversas formas, de praticamente todos os setores. Ainda assim, as pessoas mostraram uma grande resiliência em frente às mudanças. Novas profissões e habilidades são exigidas dos profissionais”, explica Fabiana, diretora da Vipper Talentos.
A expectativa é que o movimento de recomposição da força de trabalho se intensifique a partir das mudanças no formato de trabalho, na geração de novas tecnologias e, claro, com o avanço da vacinação e a retomada mais forte da atividade econômica, ampliando a geração de empregos.
O home office como vetor de transformação no mercado atual
As transformações começam pelo novo mindset relacionado ao formato de trabalho. O home office e o teletrabalho – que antes eram ocasionais e um privilégio de poucos – se tornaram usuais e uma solução que consegue controlar os impactos da pandemia na saúde dos colaboradores.
Desta forma, a pandemia contribuiu para potencializar questões sobre a maneira de performar, otimizar o tempo das pessoas, ter qualidade de vida e manter a saúde mental através dos novos formatos de trabalhar.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP) e pela Fundação Instituto de Administração (FIA) a intenção dos brasileiros de permanecerem trabalhando em casa só aumenta: 73% das pessoas estão satisfeitas com o home office. O número cresce para 78% quando se considera a intenção de manter a rotina após a pandemia.
“As pessoas saíram de um formato presencial e tiveram que se adaptar ao remoto da noite para o dia. Aprender novas ferramentas, o uso de chats e videoconferências aumentaram, a adaptação da comunicação entre os times mudou e a casa/apartamento foram adaptados para trabalhar com conforto e bom desempenho. Hoje, não há mais como voltar atrás. O mundo deu um salto, impulsionado pela pandemia no mercado atual de trabalho”, afirma Fabiana.
A tecnologia que acompanha as mudanças mundiais
Para que essa mudança se torne mais sólida, a tecnologia está tendo um papel primordial e cada dia mais impactante. A tecnologia digital e a Internet das Coisas (IoT) estão transformando o mundo e empresas, a educação e a rotina dentro de casa. Todos os dias, novas oportunidades são criadas e os negócios que mais rapidamente se adaptam às inovações digitais saem na frente.
Sabe-se ainda que tecnologia não é nada sem as pessoas. A tecnologia pode acelerar processos, quantificar dados, gerar métricas. No entanto, cada dia mais se abre espaço para que homens e máquinas trabalhem juntos, cada um com suas potencialidades.
Segundo a autora Martha Gabriel, que é especialista nas áreas de negócios, tendências e inovação, as forças principais da inteligência artificial hoje são bastante distintas da inteligência humana, e em sua maior parte, complementares. Há duas principais conclusões sobre isso:
1. Não adianta tentar competir com as máquinas naquilo em que elas são melhores do que nós: perderemos sempre;
2. Precisamos abandonar comportamentos humanos repetitivos – braçais ou mentais – que podem ser facilmente substituídos por máquinas e nos dedicar a desenvolver as habilidades humanas em que somos melhores do que elas.
Profissões em ascensão e a importância da qualificação
Mas afinal, que tipo de profissional precisaremos ser para trabalhar nesse mundo tão conectado e com tantas inovações que está surgindo?
Uma previsão do Fórum Econômico Mundial sobre o futuro do trabalho para 2030 é de que 50% da força de trabalho mundial precisará de algum tipo de requalificação.
Neste caminho, os cargos estratégicos e que estão acompanhando o movimento de ascensão da tecnologia são os que mais se destacarão num futuro muito breve no mercado de trabalho. Hoje, inclusive, já iniciamos essa busca por uma mão de obra mais atualizada nas competências de tecnologia e com soft skills que compreendam atividades de liderança e estratégia do negócio.
Outras três habilidades são fundamentais para os profissionais que pretendem se manter ativos e bem-posicionados no mercado de trabalho: 1. Adaptabilidade: a capacidade de aprender e se transformar se tornou uma das competências mais procuradas por empregadores; 2. Ambiguidade: saber lidar com situações complexas e trabalhar com processos que ainda não estão bem estruturados ou claros; 3. Vulnerabilidade: isso mesmo! Saber assumir que você não tem todas as respostas, mas que está disposto a buscar a informação é valorizado hoje em dia.
“Ninguém é mais super-herói. Somos todos humanos, buscando desenvolvimento em meio a um mundo cercado por tecnologia e transformações. O profissional que souber se reinventar será valorizado neste novo mercado de trabalho”, finaliza Fabiana, diretora da Vipper Talentos.
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